Meu mundo no mundo
Cada vez mais a solidão se apossa de mim,
não digo com isso que seja aquela solidão ruim,
mas sim,
aquela que só os de mente aberta para o mundo podem sentir.
Uma distância inconsciente, inerente aos de alma pura,
que nos separa da maioria, que nasce, cresce e morre em clausura.
Não,
não quero revoltas, revoluções
pois não almejo o poder.
Poder pra quê? Por quê?
Quero uma vida simples, sem rótulos, sem planos,
amar a tudo e a todos,
queria poder viver mil anos.
Talvez esteja errado, quem sabe?
Eu quero errar, acertar,
perder, ganhar.
Quero tudo ao mesmo tempo.
Estou vivo, não preciso que me digam,
isso eu sei, eu sinto,
tiro minhas próprias conclusões.
Que não concordem, tudo bem, ao menos são minhas.
Nem sempre é bom ser assim, estar à margem,
não fazer parte de grandes grupos, ter uma legião de amigos.
Tá tudo bem, isso eu assumo, vivo sem rumo.
Se a parte que me cabe nessa historia é a solidão, eu aceito.
Já aceitei faz tempo.
Não vejo graça nesse mundo,
onde os projetos se parecem, e são, todos pequenos aos meus olhos.
Apesar da dita solidão,
ainda existem uns poucos que compartilham comigo essa ideia.
Estamos espalhados eu sei.
Cada vez mais encolhidos,
não criamos seitas nem religiões.
Vivemos mesmo em paz.
Se me perguntarem o que eu quero da vida,
eu respondo: Eu quero mais!