TOM
Quis ser capaz.
Cantar a voz alta.
Amor e paz.
Mas fui ficando para trás.
Através de uma brecha da janela,
O que quis foi embora.
Capaz de nada.
A paz fugiu...
E o amor traiu a própria voz.
Partiu em ecos toscos...
Aos cascos o coração.
Mas não choro.
Chorar é desperdiçar o sal.
Deixo o tempero na boca enfeitar o gosto da vida.
Sem paz, mas com um amor humano.
Escreve-se uma canção.
E vivem-se os tropeços com apreço e inspiração...
Os anos soltos da imaginação,
Eu canto no meu tom.
CRISTIANA MOURA