Taciturna
Não quero restos, nem tantos retalhos
nem o sabor amargo do que não ficou.
Não quero sorrisos, nem humores ácidos
tácito conhecimento do que perdurou.
Entre tanto jogo de sombra e luz
tanto faz o que aqui ficou
já que em canto cada pranto conduz
ralha em silêncio, muda, em paz que estou.
E se já não for meu esse agridoce
tão selvagem e frio chão que herdei
fica a sensação turvada que fosse
do que vivi e nós que me retesei.