Taciturna

Não quero restos, nem tantos retalhos

nem o sabor amargo do que não ficou.

Não quero sorrisos, nem humores ácidos

tácito conhecimento do que perdurou.

Entre tanto jogo de sombra e luz

tanto faz o que aqui ficou

já que em canto cada pranto conduz

ralha em silêncio, muda, em paz que estou.

E se já não for meu esse agridoce

tão selvagem e frio chão que herdei

fica a sensação turvada que fosse

do que vivi e nós que me retesei.

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 29/11/2012
Código do texto: T4010516
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