AMOR ADOLESCENTE
Maria Tomasia
Maria Tomasia
Ela só tinha quatorze anos e acabara de se mudar para a sua cidade natal, de onde havia saído ainda criança.
Nos primeiros dias após a sua chegada, tudo lhe parecia estranho, pois, ela vinha de um lugarejo onde todos se conheciam e só tinha amigas da sua idade ou pouco mais velhas.
Ainda brincava de pique esconde, de roda, de biscoitinho queimado e no mês de maio acompanhava a menina que coroava Nossa Senhora, vestida de branco, usando grinalda, para, após a coroação, jogar pétalas de rosas na santa.
Ao chegar à cidade conheceu algumas primas em segundo grau, bem mais velhas, moças feitas que já namoravam.
Ela era muito humilde e, por não possuir boas roupas, aquelas primas combinaram não a convidar para passear aos Domingos ou mesmo para ir ao cinema. Quando soube disso, entristeceu, chorou, silenciando-se.
Decorrido algum tempo, uma das primas - a mais esperta - brigou com a outra, da mesma idade, e esta resolveu se aproximar da mal vestida, tornando-se grandes amigas. Elas não se largavam, estavam sempre juntas; casaram-se, tiveram filhos, envelheceram, mas são amigas até hoje.
Logo conseguiria um dos empregos mais cobiçados por todas as moças da cidade, numa famosa universidade.
Foi felicidade demais! A inveja se espalhou, porém, não atrapalhou!
A prima tinha como colega um rapaz bonito, de olhos verdes. Ao vê-las juntas quis saber de quem se tratava pedindo à colega que lhe fizesse as apresentações. Assim o fez! Foi amor à primeira vista! Os dois começaram a namorar, se apaixonaram e vivenciaram o verdadeiro amor adolescente.
Aos Domingos, vestiam-se com esmero para irem ao cinema e o seu namorado um autêntico cavalheiro, já comprara as entradas sem que precisassem entrar na fila.
Apagadas as luzes, os dois ficavam de mãos dadas e tocavam inocentes beijos.
Cada tema de um filme que viam juntos passava a fazer parte do namoro, mas, quando entrou em cartaz o filme Suplício de uma Saudade, sua música-tema marcou para sempre a história desse namoro.
Tudo ia bem. O rapaz passava próximo da casa onde ela morava, assoviando o tema do filme e ela corria para a janela para vê-lo. À noitinha se encontravam numa ponte próxima onde corria um riacho. Era um lindo amor!
Mas, um dia, o pai da menina resolveu proibir esse namoro. Sob ameaça de espancamento e morte, a menina só o via às escondidas. Certo Domingo o pai anunciou que iria pescar e os dois marcaram encontro nos jardins da universidade.
Voltando para casa, lado a lado. Foram vistos. O pai ao vê-los, atravessou o canteiro que separava os dois lados da rua e, sem nada dizer, deu-lhe uma surra, jogando-a sobre os paralelepípedos e lhe ameaçando de morte.
Foi uma confusão danada! O povo se revoltou com aquele pai; a polícia tentou prendê-lo, mas ele fugiu para outra cidade.
Não sabendo dessa fuga, ela foi se esconder na casa da prima e melhor amiga. Morta de medo alojou-se num depósito de carvão. Passou a noite em claro temerosa de que seu pai viesse buscá-la e a matasse. Foi um horror!
No dia seguinte foi convidada a comparecer ao gabinete do Juiz de Direito, seu amigo, para narrar o ocorrido, porém, nada se podia fazer.
E nada foi feito!
Cerceados pela estupidez de um pai, os jovens tiveram que se separar.
Decorridos alguns anos, o rapaz se casou com outra e a menina mudou-se com sua família para a cidade grande.
Muitos anos se passaram. Muitos anos depois procurou saber notícias do seu primeiro amor sendo informada de que ele havia morrido.
Nos primeiros dias após a sua chegada, tudo lhe parecia estranho, pois, ela vinha de um lugarejo onde todos se conheciam e só tinha amigas da sua idade ou pouco mais velhas.
Ainda brincava de pique esconde, de roda, de biscoitinho queimado e no mês de maio acompanhava a menina que coroava Nossa Senhora, vestida de branco, usando grinalda, para, após a coroação, jogar pétalas de rosas na santa.
Ao chegar à cidade conheceu algumas primas em segundo grau, bem mais velhas, moças feitas que já namoravam.
Ela era muito humilde e, por não possuir boas roupas, aquelas primas combinaram não a convidar para passear aos Domingos ou mesmo para ir ao cinema. Quando soube disso, entristeceu, chorou, silenciando-se.
Decorrido algum tempo, uma das primas - a mais esperta - brigou com a outra, da mesma idade, e esta resolveu se aproximar da mal vestida, tornando-se grandes amigas. Elas não se largavam, estavam sempre juntas; casaram-se, tiveram filhos, envelheceram, mas são amigas até hoje.
Logo conseguiria um dos empregos mais cobiçados por todas as moças da cidade, numa famosa universidade.
Foi felicidade demais! A inveja se espalhou, porém, não atrapalhou!
A prima tinha como colega um rapaz bonito, de olhos verdes. Ao vê-las juntas quis saber de quem se tratava pedindo à colega que lhe fizesse as apresentações. Assim o fez! Foi amor à primeira vista! Os dois começaram a namorar, se apaixonaram e vivenciaram o verdadeiro amor adolescente.
Aos Domingos, vestiam-se com esmero para irem ao cinema e o seu namorado um autêntico cavalheiro, já comprara as entradas sem que precisassem entrar na fila.
Apagadas as luzes, os dois ficavam de mãos dadas e tocavam inocentes beijos.
Cada tema de um filme que viam juntos passava a fazer parte do namoro, mas, quando entrou em cartaz o filme Suplício de uma Saudade, sua música-tema marcou para sempre a história desse namoro.
Tudo ia bem. O rapaz passava próximo da casa onde ela morava, assoviando o tema do filme e ela corria para a janela para vê-lo. À noitinha se encontravam numa ponte próxima onde corria um riacho. Era um lindo amor!
Mas, um dia, o pai da menina resolveu proibir esse namoro. Sob ameaça de espancamento e morte, a menina só o via às escondidas. Certo Domingo o pai anunciou que iria pescar e os dois marcaram encontro nos jardins da universidade.
Voltando para casa, lado a lado. Foram vistos. O pai ao vê-los, atravessou o canteiro que separava os dois lados da rua e, sem nada dizer, deu-lhe uma surra, jogando-a sobre os paralelepípedos e lhe ameaçando de morte.
Foi uma confusão danada! O povo se revoltou com aquele pai; a polícia tentou prendê-lo, mas ele fugiu para outra cidade.
Não sabendo dessa fuga, ela foi se esconder na casa da prima e melhor amiga. Morta de medo alojou-se num depósito de carvão. Passou a noite em claro temerosa de que seu pai viesse buscá-la e a matasse. Foi um horror!
No dia seguinte foi convidada a comparecer ao gabinete do Juiz de Direito, seu amigo, para narrar o ocorrido, porém, nada se podia fazer.
E nada foi feito!
Cerceados pela estupidez de um pai, os jovens tiveram que se separar.
Decorridos alguns anos, o rapaz se casou com outra e a menina mudou-se com sua família para a cidade grande.
Muitos anos se passaram. Muitos anos depois procurou saber notícias do seu primeiro amor sendo informada de que ele havia morrido.