À POETA FOTÓGRAFA NADIR D'ONÓFRIO
Sem mais perguntas, virou-se para mim, a poeta fotógrafa e estendeu-me a mãos toda, sem mais porques. Moça culta, inteligente, desvendade, superiormente bela. Tarde cinzenta de olho inchado e sangrando muito, só a poeta para me ajudar num momento destes inesquecíveis... O telefone chama mais de tres vezes, sempre ela a me ajudar a conectar a internet e a depositar os céus em bancos da capital paulista. Ela mora numa serra linda, irei lá mesmo sem ser convidada, céus azuis de panos bordados de mel amarelo em lençóis todos dourados. Assim é a vida que se passa, sem transgredir as feridas palpáveis e irreconstruíveis, que analisam e permitem a fatalidade vindoura. Os lenços de papéis já findaram, somente livros e poesias a serem consumidos pela poeta ferida... As fotos todas no chão, esperando pela reconstrução do filho amado. Já vem a falha de computador novamente a me incomodar. E as balas descascadas sob favos de jacas estreladas... Salvou-me das feridas e ainda curou-me das dores do coração. ?Obrigada, farta amiga Nadir A D'Onófrio.