Epifania

Trago hoje aos meus (poucos e pobres) leitores, a raríssima chance de verem-me escrevendo, feliz. Por algum motivo que não compreendo, tive algo que Clarice Lispector chamaria de epifania. Resolvi romper com tudo o que me faz mau (e toda a malevolência tem nome e endereço, acreditem), e resolvi gostar mais de mim.

A partir do momento em que eu estava no meio daquela multidão, e resolvi pensar em você, percebi que eu não falava com você há dias e que isso me fazia cada vez melhor. Sua ausência, a falta da sua voz, a falta da sua mão me puxando pra baixo. Porque não importa o quão diferentes de mim aquelas pessoas eram, naquele momento pareceu que todas elas me entendiam, que o mundo todo me entendia, menos você. Então eu notei, que o tempo todo, você nunca me entendeu. Nunca entendeu minha necessidade de uma palavra sua, de um carinho.

Ora, eu estou saindo dessa estrada, meu amor. Estou indo para um caminho sem tua sombra, e não pretendo voltar. Espero que tenha aproveitado bem minha presença, pois o "para sempre" acaba aqui.

Desculpem-me, leitores, por tornar essa prosa um desabafo. Na falta de coragem de mandar o texto ao real destinatário, deixo ele aqui com vocês. Perdoem-me também pela falta de poesia e de talento ao escrever assim alegre. Mas se escrever mau é o preço que se paga por ser feliz... eu quero continuar feliz.

Carol Santucci
Enviado por Carol Santucci em 24/11/2012
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