Tempo, para que existe o tempo?

O tempo, para a raça humana, aproxima e afasta pessoas, faz esquecer ou mantém latente opiniões e desejos.

Se faz presente e é presente, não espera, faz acontecer e é sempre portador de possibilidades para um tempo melhor.

Em abundância, dá reputação ao vagabundo, aprimora habilidades, leva à paz ou fermenta o ódio.

É capaz de aclarar idéias, amadurecer o fruto, apurar o vinho e as verdadeiras amizades, fazer aparecer as rugas e os cabelos brancos, dar a razão a quem merecia e revelar as intenções mais ocultas.

O tempo pode ser poético, pode ser ilusório pode ser muito mais do aquilo que imaginamos dele.

Porém, combinado com outros sentimentos, pode ser arrasador, como a saudade nos apaixonados, e o tormento aos impacientes.

Para alguns é vilão;

para outros, o desejo de mudança, de ser e ter mais, realidade mais do que crua e portadora de inúmeras possibilidades.

Está acima da relatividade de Einstein, porque nada explica o fato de que um instante possa parecer uma eternidade ao lado da pessoa amada. Muito tempo vira quase nada.

Quem souber aproveitá-lo, será feliz.

Será que todos têm consciência do seu tempo?

É difícil escrever ou pensar sobre futuro sem questionar o tempo

Definitivamente, o tempo não é algo que se deva sempre medir.

Alguns cultivam a esperança, aguardando com toda a calma a chegada de um tempo melhor, outros, por sua vez, sonham com o dia em que não terão tempo para concretizar os projetos que os habitam.

Gastá-lo gratuitamente é condição fundamental para se ter autênticos relacionamentos. Esperar por ele nos traz serenidade. Viver fora dele é insanidade, ou saudosismo ou futurologia.

O tempo se apresenta ambíguo para nossos sentidos e para nossa pequena compreensão.

Ele viaja de trem sem um bilhete, com destino certo, mas nunca se sujeitando à inventividade humana. Máquinas são inócuas para ele.

Na impossibilidade de se controlar o tempo, as pessoas lhe dão mais valor. O tempo para elas é areia que se escorre ao vento.

Contudo, posso pensar no tempo como um espelho de esperanças e ambigüidades: ao mesmo tempo que é ferocidade, atropelando singularidades, é acalento para uma realidade melhor.

Em todos os meus planos lá está ele...o tempo...

Estou em busca da minha felicidade.

Acho que tanta espera o transformou numa espécie de sábio.

Hoje mesmo, em algum lugar entre Brasília e Goiânia pensava em fazer tanta coisa... não sei se terei tempo para fazer tudo que gostaria.

O jeito é deixar me levar.

Quando acho que o controlo, ele sempre me surpreende.

Muitas vezes o considero frustrante de sonhos, expectativas e esperanças. Aborreço-me. Depois tento ficar amigo amigo do tempo. Nesse vai-e-vem esquisofrênico, ainda não fizemos as pazes. Esse ingrato chega sem ser convidado, parte quando lhe dá na veneta.

Quero tratá-lo como amigo, surfar por suas leis até saber aonde me leva, mas quase sempre “o fabuloso” nem me deixa para pensar. Vivo dos sabores e dissabores de sua tirania.

Tempo... sinto muito, mas o seu tempo acabou.....

(em parceria com Elizete Baptista - 2011)