REFLEXOS

No início da madrugada de 21 de novembro de 2012

O espelho perambula pela paisagem e vai se detendo aqui e ali nos detalhes das folhas nas árvores e sobre o chão.

Pela janela, o vento da tarde no rosto, junto com o ruído dos carros que correm como se fugissem; o bêbado na calçada, a não pensar nem a ver nem a sentir o vento na própria nuca, menos ainda a ouvir o ruído dos carros que fogem, que tudo-coisa-nenhuma para ele, bêbado tropeçante, também em fuga de si mesmo.

Frio que entra pela janela, frio a não me lembrar da minha voz de antigamente ao microfone, voz a se espalhar e a se espelhar em todas as pessoas da plateia, voz nítida como um Sol de verão.

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