ANJO

30/11/01

Abrir os olhos e ver

o azul do céu, ou os resplandecentes pingos da chuva.

Olhar para cima e assistir as nuvens a brincar;

Enxergar castelos, um grande elefante, um bando de carneiros,

um pássaro pré-histórico, e tudo no cinema celestial.

Prestar atenção nas cores contrastantes da natureza e notar o equilíbrio que existe entre elas,

ver o verde das plantas, suportado pelo marrom dos troncos;

observar a folha que cai, sua leveza no bailar durante a queda para um suave pousar,

como se fosse o criador beijando sua cria.

Escutar os sons que te envolvem;

selecionar os que te agradam; o pássaro a cantar,

o farvalhar das folhas,

o miado do gato, o latido do cão,

uma música ao longe,

vozes de crianças.

Respirar e sentir os cheiros,

da fazenda tão distante, da flor que está perto,

do perfume de alguém que passa,

ou do quarto do bebê;

Colocar no rosto

um tranqüilo sorriso;

semicerrar os olhos e pensar que você é um pingo da chuva,

que é a folha que se desprendeu da árvore e que como

passageira do vento poderá beijar todas as suas crias.

Que você é a nuvem que assume todas as formas numa fluidez divina.

Sinta os seus cheiros, selvagens ou suaves, conquistadores ou pacificadores

Escute os seus sons, ouça sua respiração, o bater de seu coração, e siga este pulsar.

Feche os olhos e se imagine, como uma doce e meiga figura;

de uma leveza total que faz você pairar.

Imagine cores claras e ternas a te rodear,

baile ao som da música de sua respiração, no compasso do pulsar do coração.

Abra seu sorriso como se fosse de uma criança;

imagine-se amando a todos

abra os olhos

veja no espelho

bata as asas

você é

ANJO