SEM LUZ
SEM LUZ
16/11/2009
O sol se põe no horizonte distante.
me guio a fechadura pelas nesgas de luz
encontro a chave e com uma leve torção abro a porta.
Entro em casa e a janela semi aberta, reflete o vermelho do sol.
Ouço o barulho do vento e sinto o cheiro da chuva.
O vermelho de há pouco fica negro.
Ao longe o ribombar dos trovões, precedidos de fagulhas que cortam o céu.
Chove aos cântaros.
Mal tenho tempo de fechar as janelas.
Sinto o calor úmido e transpiro.
Aqueço a lasanha que sobrou do almoço.
Na taça coloco um vinho chileno, e sorvo seu mel aveludado.
Dirijo-me ao quarto levando os comes e bebes.
Lá fora ouço a tempestade.
Volto e busco uma vela.
Ao chegar ao quarto coloco o prato e a taça no criado mudo.
Acendo a vela.
Tomo o prato e saboreio o vinho.
Posiciono a vela de modo a iluminar a cama.
Sinto que tudo esta pronto.
Me sinto preparado, e recosto na cama,
conto até 3,
não falhou,
Novamente estava sem luz.
Geraldo Cerqueira