Sai do sonho...
E foi como se alguma coisa estourasse dentro dela. Apenas o óbvio e já tão sabido: vinte e um anos de sonho que só ela percebera. Então, tornou-se instável e doída, incoerente mesmo. E descobriu que minutos a mais a poriam num mar de angustiado pranto; e isso ainda seria melhor. Do lado de fora, estava assustada demais para chorar, desprotegida e novamente encarcerada. Por questão de instantes teria se evadido de si mesma e não seria possível acalmar a menina cheia de sonho e desencanto.
Raquel Domingues Pires – 16/04/1980