Concedeu-se a generosidade da dúvida
e a humildade de reconhecer que nada sabia de fato. 
Quem precisa de certezas? 
Os dogmáticos, os prontos e acabados.
Então, doou todo o azul que restava aos miosótis. 
E o amarelo? 
Fechou nos olhos, nos ouvidos, na boca,
para ativar seus sóis interiores. 
Morreu vigorosamente para o passado
e aboliu deliberadamente o futuro.
Tudo se transformou em entorno
e agora tinha certeza,
a vida morava em seu olho.
Maria Helena Sleutjes
Enviado por Maria Helena Sleutjes em 15/11/2012
Reeditado em 15/11/2012
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