Astrolábio hábil: moçoilas no firmamento

Onde se encontra a centelha que muitos e muitos falam

Onde se encontra o brilho que exala de seus feromônios quando passa

Onde se encontra a luz que deixa o breu apenas em uma leve lembrança

Onde se encontra a claridade que ela está?

Como moça percebi

Como moça tomei cuidado(s)

Como moça, tracei, de acordo, com os astrônomos da antiga arábia, a trajetória das luzes que vagam entremeando a sociedade e que como determinadas estrelas, frias ou quentes pelos furores que conseguem emanar, em si ou em torno de si, vão e vem ou simplesmente aparecem e se perdem em um universo cheio de constelações.

Lá vão as três Marias, sempre juntas em suas distintas formas unidas conseguiram tirar o cinturão de Orion.

O cruzeiro do sul possui cinco namoradas. Sua esposa fica de fora olhando.. Brilhando um pouco menos e seu brilho é para acalentar os viajantes atentos enquanto seu consorte deleita no deleite.

Muitas estrelas que vi quando ainda não era moça, era menina não enchergo... acredito que o brilho sumiu. Onde se encontra este brilho me pergunto.

Faziam parte de uma constelação de mexeriqueiras ou deveras suaves "piriguetes"? ( que a borracha do carro esteja desencaixada para arruinar a chapinha delas em dias de chuvarada, oras- maledicência eufêmica).

Eram associadas a um núcleo formador de uma família? Esposas, Mães, Filhas , Avós?

E as que surgiram ... mesmo assim ainda brilham menos.

Os olhos que grudavam no alto perambulam pelo que os pés tocam.

Se estavam em cima - os brilhos- caíram? Não! Existem dois fatores que consegui isolar cientificisticamente.

Estrelas tem que conservar seu brilho através de alguma energia em combustão nuclear portanto há sustentabilidade. Segundo concorrem com fenômenos artificiais. Em Paris não se vê quase estrelas por causa do excesso de luz. A cidade luz roubou a luz das pobres estrelas.

- Má cidade luz. Muito má: concluí de pronto. Cidade do amor. Feita pelos homens, com necessidades de conforto e modernidades. ( pensa também a menina eu).

Já a moça que sou, percebeu que a estrela da manhã persiste em paris. Solitária, Com sua auto-preservação, com sua vida entre a noite desafiando até os raios solares - que poderiam ofuscá-la. Achava bela.

Mais tarde ainda, ainda em Paris, sobrevivendo a tanta luminosidade, já mulher, utilizando humildemente uma luneta, constatei que a estrela da manhã não é mais uma estrela a tempos. É Vênus! O planeta que não teme nem as influências da Lua, fazendo- sim duas grandes amigas.

Vênus solitária, Deusa do amor, invade a cidade do amor quando as luzes se apagam na manhã.

Vênus, que se obriga a casar com quem não ama, mas com filhos gerado por cada grande amor que teve e entre seus filhos, sempre assim: Fobos bradou com Deimos tendo este sussurrado com Anteros para trazer o Eros. Bate de leve na porta. ( apenas psicologia profunda se aplica, ou não, ou sim ou apenas, um cheiro baiano resolva)

Vale mais a pena ser planeta. A única mulher no sistema solar. Fria sendo quente. Dando a cara a tapa, perdurando por zilhões de anos, sem ser perigo, sendo perigo, ser bela, disfarçada. Simular ser estrela, mas ser planeta.

Agora como mulher olho o céu equipada. Com instrumentos tecnológicos avançados, desde luneta até peeling.

Agora como mulher, recebedora de tal instrução viu que em menina queria ser uma, em moça era uma e seu brilho consumiu-se, então se viu planeta tal qual Afrodite, Mas não Afrodite. Athena!

Sua claridade,

Sua luz

Seu brilho

Sua centelha está em si

Está cartesianamente traçada quanto sua confidente está sendo sua mentora.

A mulher se forma em etapas, em um susto se vê não menina, se deixa não ser estrela e em planeta, pode amar com honestidade sua escolha, no seu tempo entre o espaço de uma gota de chuva que cai ao chão junto a uma gota salgada de vitória.

Julie Bergerac
Enviado por Julie Bergerac em 14/11/2012
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