Por que negar?

POR QUE negar?

Se VIVEMOS EM dor,

se nossa GUERRA particular

não contempla vencedor.

BUSCANDO o tempo, sinto-me idiota

no inevitável exercício da lembrança,

de tudo que faz a dor da alma parecer palpável.

Já não busco A PAZ,

apenas espero e infeliz, definho.

Você também a definhar,

Arrebata-me com um olhar.

Definho mais um pouco,

e você calada a me incriminar.

Busco nas lembranças as boas sensações,

mas já não acho.

A escritura no capacho da porta,

não poderia ser mais mentirosa.

Venenosa é a certeza

do amargo em nosso LAR,

tudo que há de DOCE ficou lá fora,

como esperança.

O choro da criança encerra a agonia,

já te vejo pelas costas rompendo o corredor.

Retorno ao exercício do pensar,

e a inevitável entropia.

Será que já não há,

mesmo em mim,

algo que possa chamar de LAR?

Raphael Moura
Enviado por Raphael Moura em 14/11/2012
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