Por que negar?
POR QUE negar?
Se VIVEMOS EM dor,
se nossa GUERRA particular
não contempla vencedor.
BUSCANDO o tempo, sinto-me idiota
no inevitável exercício da lembrança,
de tudo que faz a dor da alma parecer palpável.
Já não busco A PAZ,
apenas espero e infeliz, definho.
Você também a definhar,
Arrebata-me com um olhar.
Definho mais um pouco,
e você calada a me incriminar.
Busco nas lembranças as boas sensações,
mas já não acho.
A escritura no capacho da porta,
não poderia ser mais mentirosa.
Venenosa é a certeza
do amargo em nosso LAR,
tudo que há de DOCE ficou lá fora,
como esperança.
O choro da criança encerra a agonia,
já te vejo pelas costas rompendo o corredor.
Retorno ao exercício do pensar,
e a inevitável entropia.
Será que já não há,
mesmo em mim,
algo que possa chamar de LAR?