Furacão
E foi o Sandy
Destruidor furacão
Foi-se ali a vida
e se fez desilusão
poluiram as mentes
no mundo terra,
milhares descontentes
é o preço de quem erra...
há nuvens de sangue
e o sol queima sozinho
culturas inteiras,
pássaros abandonados,
perdas dos filhinhos,
sem ninhos...
energia vencida
escassez de alimentos
apagão dos tempos...
olhos fixos assustados
soltam palavras de pavor
desastre grande
por falta de amor
O Planeta revirado
lucidez esquecida
mataram rios
eflorestas
esqueçam-se dos brilhos da lua
ela não quer
nenhuma festa...
e tudo gira e cobra
a verdade da dura obra
há prejuízos constantes
a natureza gigante
reflorestar é necessário
a qualquer cidadão ou empresário
O calor queima a vida
ventos matam de sede as alegrias
alegrias somem
há suspiros arrepiados de fome
águas perdidas
muitas feridas
maldades más dos homens
e casas debaixo dos pés
os ventos brincam serenos de fúria
são briguentos anônimos
gemem suas causas
não querem mais lamúrias
talvez tarde, não queiram mais parar
são monstros feitos da traição e negligências
Não querem diálogos
nem cantam aparências
e muitos virão
outros nomes lhes darão
O homem forte e orgulhoso
que peça perdão
pelo aquecimento causado
com seu conforto desacerbado...
por sua falta de limites
provocando mais e mais necessidades
de suas ânsias materiais...
fábricas de gases mortíferos
carros e bilhares de confortos
aquecem o Planeta
e ele inconsolado se entristece
É preciso voar
bem longe daqui
ser um passarinho
escapar do vento
contar tudo
gemidos e tormentos...
Relato de um pássaro sobrevivente...
LIA SARTORI
31/10/2012
BRASIL