NOSSO CASÓRIO A CONTECEU ASSIM
Exatamente há um ano... casamos no civil depois de tamanha disputa para conseguir os papéis necessários ao divórcio.
Nove dias antes, simulamos a ida ao cartório, mas um fato fez com que as coisas não dessem certo. O veículo foi roubado e ficamos a pé por três dias.
Dia 31 de outubro de 2011, nos mudamos. Alugamos uma casa e como não havia garagem, colocamos o carro na calçada. Dia 1, acordamos nos arrumamos para o casório e saímos mais do que felizes, foi quando detectamos que tinham levado o carro e adiamos o enlace. Porém, não ficamos tristes ao ponto de fazer com que o nosso dia fosse estragado por essa ação.
Ao contrário... rimos muito e ainda fizemos um churrasco com amigos. Dia 2 de novembro... dia de finados fizemos desse dia, um dia de reflexão e em nenhum momento nos abatemos, apesar de não termos como sair de casa confortavelmente. Fomos a delegacia, fizemos um boletim de ocorrência e chegamos em casa a tarde. Sobrando para nós a firme idéia de colocar em nossas orações a pessoa que cometeu esse ato.
Pedimos a Deus pela felicidade de quem nos tirou o nosso meio de transporte. E lembro-me que Nelson Pedro perguntou: Temos que rezar para o ladrão? Coisa que eu respondi com firmeza, mas é lógico, ele necessita de nosso amor mais do que nunca. E assim o fizemos. Depois das orações aos nossos antepassados, colocamos essa pessoa em sintonia com Deus e a classificamos de amigo e de irmão. Após tudo isso... sentimos no âmago, uma confiança exagerada e dentro de mim havia a certeza de que, sendo o Senhor o nosso Pastor, nada iria nos faltar e foi aí que, olhando novamente o papel da ocorrência, eu notei que havia algo errado com a placa. Em minha lembrança... um número que gravei por sempre gostar dele. Número 44 e procurando provas, encontramos a real placa do nosso veículo. O sistema havia confundido com um outro que também era do Nelson e possuía quase a mesma identidade, digo: cor, marca, aparência. Carro que ainda estava em seu nome, apesar de já ter sido vendido há tempos. Quando ele deu o nome dele, o sistema de trânsito detectou esse veículo e a ocorrência foi feita com essa outra placa. Então, ligamos para a delegacia e desta vez, os dados foram corretos.
Dia 3 de novembro a noite, recebemos uma ligação da delegacia... haviam encontrado o carro e podíamos ir buscá-lo.
A nossa alegria não havia sido extinta em momento algum. Dentro de nós a convicção de que não iríamos ficar a pé era real.
Chegamos na Delegacia e tudo foi bem simples, como imaginamos, havia combustível para o retorno e o que levaram não afetou a engrenagem do veículo. Tiraram de forma brutal o rádio, que destruiu o painel, levaram uma caixa de ferramentas precisas, mas ainda tínhamos o carro com possibilidade de nos conduzir a qualquer lugar.
Agradecemos a Deus, agradecemos a pessoa que cometeu esse ato e ficamos em paz.
Dia 4 de novembro, saímos para colocar combustível e no trajeto a tampa de trás se ergueu, paramos e fomos ajeitar, lá dentro do porta-la, estava um arquivo de contabilidade de uma lojinha de roupas. Eu quis entrega-lo de maneira incógnita, mas Nelson Pedro não aceitou. Disse que poderia ajudar o dono da loja e que o cero seria devolver a pessoa própria. Bem, eu liguei do meu celular, marquei para entregar na nossa em meia hora. Quando chegamos em casa, estava a dona da loja, mas policiais que, foi a nossa casa... olharam tudo e nos levaram para a delegacia. Foi uma tarde absurda. Queríamos fazer o bem e ainda não compreendemos porque nos julgaram tanto?
A dona da loja somente falava, perdi R$ 20.000,00 em roupas e vocês não perderam quase nada. O carro foi devolvido e para mim, nada será como antes. Resposta que dei: Vão pedir a Deus pela pessoa que cometeu o crime, foi exatamente o que nós fizemos.
Lá pelas seis horas da noite, sem almoço... nos fomos liberados e como nada tinham contra a gente, até a dona da loja nos pediu desculpas.
De volta ao lar, mais uma vez agradecemos a Deus pela inconveniência, pois nossa consciência estava mais do que tranquila.
Nossa vida recomeçou de forma diferente. Estávamos morando de aluguel, numa casa só nossa. Acabamos de organizar a mudança e marcamos nova data para efetua o casamento: dia 9 de novembro pela manhã.
Tudo saiu perfeito!
Casamos e hoje faz um ano que oficializamos nosso encontro.
Vivemos agora em outra casa, mais confortável e nosso veículo já não fica do lado de fora, mas para na cozinha. Temos uma cadelinha: Juma, uma gata: Teka e nossos dias melhoram com a convivência.
Deus está ao nosso lado a todo o momento e no mês passado, tivemos instantes inesquecíveis. Fomos a Salvador com nosso carro. Carro que tem histórias... meus filhos conheceram Nelson Pedro. Almoçamos juntos, conversamos e, o mar foi testemunha de que quando confiamos em Deus, tudo é perfeitamente ajustado.
Quero agradecer a vida, a oportunidade de mudança, aos amigos que foram e são tesouros em meu destino e principalmente a Deus que faz de minha vida um encontro de ternura aonde eu chego e uma paisagem de harmonia onde eu vivo.
Beijos a todos e que a nossa fé permaneça inabalável!
Fim desta, Cristina Maria O. S. S. – Akeza.