DESENFREADA PAIXÃO

DESENFREADA PAIXÃO

OLHO O TEU CORPO MINÚSCULO A SALTITAR,

TEUS OLHOS FINTAM-ME COMO A SOLICITAR

A MINHA AUSÊNCIA DO TEU CONVÍVIO.

INSISTO,

DE REPENTE BICAS MINHA PELE,

MOSTRANDO O EMARANHADO DE GARRANCHOS

QUE TRAZES NO AFIADO BICO.

ÉS BELO MEU LINDO PÁSSARO,

TUAS PENAS COLORIDAS ESVOAÇANTES

FAZE-ME SENTIR O DESEJO DE UM DIA VOAR.

MAS,

VOAR PARA QUE?

SE A LIBERDADE QUE ME DESTE

FEZ-ME FICAR APRISIONADO,

NA GAIOLA DOS TEUS CAPRICHOS

E DESEJOS INSANOS NOBRE MULHER.

VOLTO A CONTEMPLAR-TE PEQUENINO SER,

E RECORDO-ME DOS TEMPOS DE CRIANÇA,

ONDE O AMOR ERA SIMPLIFICADO

NO GOZO DAS MINHAS VONTADES.

TORNO A OLHAR-TE, LIVRE E SOLTO,

JÁ SEM O EMARANHADO

QUE DIFICULTAVA TEU ANDAR,

CAMBALEANTE DE DESEJOS

EM FORMAR O ACONCHEGO DO TEU LAR.

VOLTO A MIM, E MESMO PRESO A TI,

A UM SENTIMENTO QUE ORA CHAMÁVAMOS

COM TODA A ÊNFASE DE AMOR.

MAS,

SE É AMOR, PORQUE DEIXAVA-ME SOFRER

APRISIONADO A ESTE SENTIMENTO

TÃO DISTANTE DO TEU SER?

NÃO,

NÃO É AMOR O QUE DENOMINAMOS

A ESTA PAIXÃO DESENFREADA,

ONDE A LIBERDADE SE AFASTA,

E A INJÚRIA SE ESTABELECE.

VISUALIZO A TI LINDO PÁSSARO,

NA EXPRESSÃO DE TUA INGENUIDADE,

TOMO-O COMO EXEMPLO,

E VOU SALTITANDO SEM OLHAR PARA OS LADOS

EM BUSCA DA FELICIDADE VERDADEIRA.

Maurice Astaire

Pepe Mauricio
Enviado por Pepe Mauricio em 07/11/2012
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