SANGRIA

Acordei com o sonho esquecido pendurado no canto da cama. O alvo lençol sangrava uma emoção arranhada. A cicatriz anoitecida não suturou a claridade do despertar dos dias e rasgou-se em ilusórios fragmentos sem a continuidade dos enredos conscientes. Equilibrei-me no rubro chão, tentando conter os passos, mas, sem conseguir compreender a extensão do corpo em carne viva, tateei as vivas sombras com curativos fugidios.

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 01/03/2007
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