Um homem com um pássaro no ombro
Um homem com um pássaro no ombro falou:
Que a vida é coisa insana, que não existe lógica alguma, que nenhuma ciência explica, c.i.êeeeeeeeeen.ciaaaaaaaa, deficiência...
Que por mais que se corra atrás da felicidade, vamos sempre chegar atrasados, no máximo, seremos alegres, conformados, isso se nos abitarmos as gargalhadas, inclusive gargalhadas destinadas a nós m esmos.
Por mais que tenhamos números no facebook, os amigos de verdade serão poucos,
mas serão valiosos demais, é preciso querer sempre esse tipo de gente por perto.
Disse-me que entre uma respiração e outra envelhecemos de forma irreparável.
E por mais que cultivemos belos jardins, a fumaça do cigarro do vizinho irá poluir nossos pulmões.
E todas as vezes que escovamos com o melhor creme dental os nossos dentes, é o veneno branco [açúcar] que irá nos consumir.
A moda irá nos consumir, o emprego irá nos consumir, as promessas que fazemos ao longo da jornada irão nos consumir...
Iremos nos consumir, se não chegarmos onde fulano ou sicrano chegou, se não escrevermos a letra que beltrano escreveu.
Iremos dificultar a nossa vida na [ velocidade 05], até nossa cabeça explodir, até sermos considerados um ser a margem do social.
Até que, para não padecermos na lama, começamos a reaprender, só que com outros olhos. Novos olhos!
O simples é tudo o que vamos possuir, então, o simples é adorável, começamos a notar que aqueles poucos e bons amigos, ainda nos dão abraços, nos mandam mensagens pelo facebook, os amigos imprestáveis nos fizeram o favor de nos excluir, e melhor ainda, de nos bloquear!!! [rsrsrs]
A roupa que vamos vestir, vai caber bem no nosso bolso, e de quebra ainda sobra para comprar aquela rosa, para aquela pessoa especial, que apesar dos pesares, ainda é possível encantar.
Anda-se a pé, conhece-se melhor o caminho, novas pessoas, colocamos nossos músculos para funcionar, perdemos aquela cara de bundão com preguiça de tudo, usando uma máquina que escraviza a tantos e polui todo o universo, para ir até ali.
Um homem com um pássaro no ombro, sentado numa praça simples, num banco simples, falava, e na sua fala ele plantou sementes na alma de muitos, que passavam por lá, dos que o escutavam, e dos que fingiam não escutar.
Nunca mais o vi passar, talvez tenha conseguido finalmente chegar na hora certa da felicidade.