"Ilegalidade soberana"
Enquanto ao seu corpo me aninhava, meus sentidos; já descontrolados, emergiam em ações e reações (des) compassadas. Revesti-me da soberania e reinei sobre ti, imputei todo meu degredo ao revés e sucumbi por ti; hoje merecedor do meu devoto desejo, da minha desvairada sedução e do meu eterno castigo.
É hoje por ti meu louvor material, carnal. Em que tal essência viciosa me desalentou. Rendi-me, entregue estou em corpo e de alma ensurdecida pelo seu teso desejo.
Logra-me, em devasso amor; do impuro lado que me incita e estimula. Repito, em revoada loucura: quero-te no discernimento incorreto, na doutrina ilícita e no ilegal comportamento.
E na minha ilegítima serenidade; em constante mutação, revelo-me rainha de reino definido, cujo rei reina: sem manto, sem coroa e sem trono! Mas é soberano em meu ventre e único cabível em meu leito.
Anita Fogacci (Outubro/2007)