Palavreiro
Com os pés em brasa percorro os caminhos da praça da Alfândega, antes que algum sedutor livro me feche dentro de si, sigo com passo apressado, suor na testa, preciso de água!
Careço da voz do Guaíba! Afasto-me das palavras e dos silenciosos humanos passos para refugiar-me na intimidade aqüífera.
Aí o cansaço evade-se, inscrevo-me entre o verbo do vento e as monossilábicas e fecundas de eternidade cantigas do revolver das águas junto ao cais..
Ah, meu porto, quantas vezes aqui esperei pelas embarcações que trariam notícias de além mar, em suas bandeiras tremulas, havia mensagens que só meu coração traduzia...
Há tanto de sonho e poesia nesta alma que arde em chamas. De silenciosos sujeitos transpõe adjetivos e advérbios porque pontua olhares, sinuosidades e constantemente entre os lábios percebe aquele que quieto exclama !...
03 de novembro em meio à 58 Feira do Livro de Porto Alegre RS BR