Estradas...
 
 
Indefinidamente as estradas carregam meu corpo e não me compete saber aonde vou chegar sendo melhor seguir à deriva desses caminhos abertos a cada alvorecer onde colho uma flor no jardim e usufruo o aroma que embriaga e paralisa meu corpo e em mais uma rua ampla surge algum desconhecido parceiro de viagem que me conta fatos diferentes e nos divertimos na soltura de nossas risadas e noutro beco beijo bocas e abandono camas de lençóis brancos e a chuva paralisa-me numa esquina fria e as pessoas vão e vêm apressadas embaixo de seus guarda-chuvas e ouço uma música que me invade e logo estou dançando e gritando e escutando a vida entre florestas densas sob o canto de pássaros e numa capela alguém reza uma oração para a alma de alguém e a luz duma vela contém chamas de paz e logo flui o silêncio da noite de estrelas distantes e eu tão distante de tempos passados onde estradas infinitas seguem transportando meu corpo em meio às oscilações e quase nem percebo a desfiguração visível na flacidez de minha pele e o cansaço me diz que lá atrás vai ficando uma estrada inexistente por não ser mais possível detectar os mesmos elementos e cores e assim continuo sem saber o real percurso da vida onde estou no agora antes de eternamente me refugiar...
 
Valdon Nez
Enviado por Valdon Nez em 03/11/2012
Reeditado em 03/11/2012
Código do texto: T3966868
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