Isquemia...
Oh! Lua divina!
Olhavas com piedade o aluado que adormeceu no teu regaço.
A dúvida pairava no âmago daquela noite silenciosa, onde só a brisa trazia o perfume das flores.
No romper da aurora, o aluado beijou sua amada e balbuciou palavras de amor.
Horas passaram e não mais falou.
A vida mudou... Vive assustado como bicho do mato a garatujar.
Outrora articulista, hoje pesca aqui e acolá sílabas com trejeito desolador.
Nenhuma frase aflora na sua memória.
Pobre homem tenta vários caminhos lembrando um rio sem destino, quiçá possa chegar à foz.
Seu pensamento vagueia, fica desnorteado e lágrimas resvalam em seu rosto alabastrino.
O poente sempre foi seu relógio das dezoito horas, avisando o ritual da sua oração.
Agora se põe a contemplar Jesus Crucificado com um olhar embaçado, desesperado, com um nó na garganta e dor no coração.
Amigos, aqui é fato real que aconteceu há quinze dias aproximadamente, com meu marido. Peço desculpas pelo meu sumiço.