VOLTANDO AO SERTÃO

No sertão em que nunca fui e tive como referencial você,

que não sei já ter ido, só sei com certeza que ama o Sertão,

veremos o Luar mais lindo que já se ouviu noticiar...

Quem sabe se por um desses milagres da vida eu sobreviva,

e com você, de mãos dadas, viveremos este Luar ?

Beijarei você em uma volúpia inaugural de novo convívio

e, em explodindo o amor, ele acenderá o desejo e faremos amor

na relva, na cerca aramada... Em lugares diversos daremos um jeito...

Nos amamos em almas e são elas santas e ingênuas que

acentuam o desejo nos tornando puramente animais

Assumindo nossa realidade de excitação e desejo, verei tua transmudação de Santa em momentos de Putinha,

sempre que nossos corpos ardentes buscarem

o gozo solto, sacana e vadio

E assim, estaremos abrigados sob o Luar do Sertão e num toque mágico

de devoção declamaremos os versos do Mestre Catullo da Paixão:

Não há, ó gente, oh não

Luar como este do sertão...

Luar do sertão

Catullo da Paixão Cearense

Não há, ó gente, oh não

Luar como este do sertão...

Oh que saudade do luar da minha terra

Lá na serra branquejando

Folhas secas pelo chão

Esse luar cá da cidade tão escuro

Não tem aquela saudade

Do luar lá do sertão

Se a lua nasce por trás da verde mata

Mais porém um sol de prata prateando a solidão

A gente pega na viola que ponteia

E a canção é a lua cheia

A nos nascer do coração

Se Deus me ouvisse

Com amor e caridade

Me faria essa vontade

O ideal do coração:

Era que a morte

A descontar me surpreendesse

E eu morresse numa noite

De luar do meu sertão