O pássaro negro

Hoje ao cair da tarde vi um pássaro a me sondar,

com seu canto rouco e triste parecia me agourar.

Tive frio e arrepio quando vi seu mal cantar...

Os seus olhos cor de prata me falavam coisa estranha

que não quero me lembrar.

Dizia-me que era hora, do meu tempo terminar...

Não me iludo, já não creio que a morte

possa vir em um dia tão escuro,

para os tristes distrair.

Ela é má, só vem de dia

quando os homens querem rir...

Ah! Ilusão da vida boa

que à toa passa em vão,

não me presto a este mimo

quero ter o meu quinhão...

Você pensa que me engana com a sua má feição,

se passando por descuido do prelúdio da canção,

da canção da vida triste que distrai o coração...

Podes vir quando quiser,

não me perco em devaneios ou em belos sonhos,

sou cônscio da minha estrada,

de onde posso pernoitar,

seja em casa ou no relento

meu intento é descansar...

Evan do Carmo

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 28/02/2007
Reeditado em 28/02/2007
Código do texto: T396189