" FOLHA SECA "

Na folha seca, onde um raio de sol resvala,

ainda permanece uma lembrança da idade de verdor,

ela balança ao vento sem esforço de prender-se.

No entanto, digo adeus às fantasias e às esperanças

desta vida.

Embargados pelo silêncio, ainda devemos sorrir,

mesmo não mais acreditando no impossível.

Não frequento álbuns de fotografias, nem gavetas

de móveis antigos. Viver é afiar facas, morder com os dentes,

cuidar das garras e dar adeus aos dias de verão.

Quando jovem, eu era voraz como um anjo devastado.

só aprendia jogos suspeitos, vivia de um perfil

ao gosto de Rimbold. Apreciava versos de poetas

com nomes impronunciáveis que agitavam

a cintura pélvica e comiam fast-food de ousadia.