" A ESTAÇÃO É TREVA "

Levantar-se ao romper do sol,

sair à rua e reconhecer-se

entre os transeuntes perdidos,

em sonho vão, iludidos todos.

Começa a faina diária, física,

com leves pensamenntos fortuitos.

Só os mais lúcidos aquecem-se ao sol.

Ao entardecer, os corpos atordoados

descansam.

No anoitecer as vivas estrelas

são cerejas da noite. Há uma planura

entre o jantar e as trevas,

quando os sonhos vestem-se de negro.

E todos estão perdidos na solidão

de si mesmos, quando a morte passageira

os espreita, quando descem ao abismo

desmistificados de um suposto racional.