DO QUE É PRECISO
Preciso por ordem nas coisas,
Dar nome aos ventos,
Catalogar o caos,
Etiquetar alguns sentimentos
E escolher os tormentos...
Este não, sim, este não,
Aquele nunca, outro, talvez...
Preciso conhecer todas as dores,
Identificá-las com diversas cores,
Depois senti-las mais uma vez
E mais uma vez passar por elas,
Feito um viajante que se perdeu
Nessas paixões que desabam em amores.
Preciso esquecer os tantos intentos
E enquanto agüento relhar o destino,
Que algum desatino meu que eu tenho
E que até agora mantenho, vem de longe,
Vem de outros não sei que ventos,
De uns tempos em que ainda era menino,
Em que ainda soava bem falar com as pedras
E perder-se nas trevas, amar as tempestades
E viver segundo o que ignoram as próprias vontades...
Preciso querer a morte, decerto a morte,
O norte do fim de toda a vida assim.
E sim, renascer mais ao sul, mais no sol,
Num arrebol de fim de tarde em mim mesmo,
Anoitecer a esmo mesmo que nunca mais amanheça
E que o dia talvez alguma vez de algum jeito me esqueça...
Preciso da palavra certa na hora mais imprópria,
Da porta aberta na hora de fugir cá para dentro,
Na hora de cair em si mesmo, como fora abismo
O vazio que eu cismo ser maior que eu mesmo,
Quando teimo em mergulhar nessas profundezas
Só para ocultar as belezas no escuro da tristeza,
Num sorriso disfarçado de quem olhou e viu tudo...
Preciso de tudo fora do lugar no lugar de fora,
Desentranhar os mais inexpugnáveis pensamentos,
Vencê-los enfim só com a força dos mesmos ventos,
Ainda que os lamentos das viúvas de minhas angústias
Soem como melodia com tanta harmonia, com poesia.
E eu sei que o que eu ouvia era só o riso falso,
Mal disfarçado de quem olhou e não viu nada!
Preciso por ordem nas coisas,
Dar nome aos ventos,
Catalogar o caos,
Etiquetar alguns sentimentos
E escolher os tormentos...
Este não, sim, este não,
Aquele nunca, outro, talvez...
Preciso conhecer todas as dores,
Identificá-las com diversas cores,
Depois senti-las mais uma vez
E mais uma vez passar por elas,
Feito um viajante que se perdeu
Nessas paixões que desabam em amores.
Preciso esquecer os tantos intentos
E enquanto agüento relhar o destino,
Que algum desatino meu que eu tenho
E que até agora mantenho, vem de longe,
Vem de outros não sei que ventos,
De uns tempos em que ainda era menino,
Em que ainda soava bem falar com as pedras
E perder-se nas trevas, amar as tempestades
E viver segundo o que ignoram as próprias vontades...
Preciso querer a morte, decerto a morte,
O norte do fim de toda a vida assim.
E sim, renascer mais ao sul, mais no sol,
Num arrebol de fim de tarde em mim mesmo,
Anoitecer a esmo mesmo que nunca mais amanheça
E que o dia talvez alguma vez de algum jeito me esqueça...
Preciso da palavra certa na hora mais imprópria,
Da porta aberta na hora de fugir cá para dentro,
Na hora de cair em si mesmo, como fora abismo
O vazio que eu cismo ser maior que eu mesmo,
Quando teimo em mergulhar nessas profundezas
Só para ocultar as belezas no escuro da tristeza,
Num sorriso disfarçado de quem olhou e viu tudo...
Preciso de tudo fora do lugar no lugar de fora,
Desentranhar os mais inexpugnáveis pensamentos,
Vencê-los enfim só com a força dos mesmos ventos,
Ainda que os lamentos das viúvas de minhas angústias
Soem como melodia com tanta harmonia, com poesia.
E eu sei que o que eu ouvia era só o riso falso,
Mal disfarçado de quem olhou e não viu nada!