Daphne de Apolo
Tu não me queres,
E ainda preferes
Transforma-te em pedra,
Ou em uma frígida arvore,
Foste deveras cruel ao fazer
Esta escolha.
Eu perdi também
A razão para existir como carne,
Como homem...Para que sorrir,
Se tua boca não sorrirá ao me afago?
Vou cercar-me por todos os lados
Com os teus galhos,
Vou me transformar em homem rude
Para lavrar o campo onde acampas,
Onde moras.
Terei pelo menos, as sombras das tuas folhas,
Como um abrigo, como um refrigério,
Para os dias de forte calor,
E também para me proteger da chuva fria.
Dormirei aos teus pés, e à noite,
Tu voltaras à tua forma de ninfa original,
E eu, eu te darei outro tratamento.
Não serei mais tão arrogante,
Como fui em quanto rei,
E dono de todos os mortais.