Perpendicular

Meu mundo é torto

Ando assim de viés

Viver um tanto morto

Olhar só de soslaio

Aprisionado feito lacaio

Sem saber olhar de frente

Horizonte batendo no céu

Como de repente o véu

Pendesse de um carrosel

Depois de dilatado o ventre

A casa não sustenta a cumeeira

Que vive a assombrar a relva

Por onde passam as liteiras

Onde está a arrumadeira?

Das feras da minha selva

Desamasse meu caminho

Tire o oblíquo do desalinho

Ela precisa ver meus olhos

Mesmo quando eu os molho

Olhe fundo que eu lhe conto

A distância eu não escolho

Reta, é a menor entre dois pontos

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 28/10/2012
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