Perpendicular
Meu mundo é torto
Ando assim de viés
Viver um tanto morto
Olhar só de soslaio
Aprisionado feito lacaio
Sem saber olhar de frente
Horizonte batendo no céu
Como de repente o véu
Pendesse de um carrosel
Depois de dilatado o ventre
A casa não sustenta a cumeeira
Que vive a assombrar a relva
Por onde passam as liteiras
Onde está a arrumadeira?
Das feras da minha selva
Desamasse meu caminho
Tire o oblíquo do desalinho
Ela precisa ver meus olhos
Mesmo quando eu os molho
Olhe fundo que eu lhe conto
A distância eu não escolho
Reta, é a menor entre dois pontos