Dos dias desastrosos de amor do violeiro e da mulher transmutada da amoreira (Enxertos dos escritos na Fermentação da
As rosas vermelhas saltavam da boca do trovador espanhol. E no alto de uma árvore de amoras. Amoreira descomunal. Erguia-se esbelta uma dama de negro. Ora ébano, ora pálida. Transmutação de beleza cósmica.
As rosas batiam-lhe na cara. E deixavam pequenos arranhões de amor. Que era coisa rara de se ver. E de se sentir. Como atirar pedras em um lago. E faze-la quicar mais de três vezes. Menos de dez. De preferência números ímpares.
Ela dançava uma valsa. Pendurada em num galho fino. Mas não tombava. Como aqueles gatos que caçam passarinhos.
Ele saltitava em um pé tocando seu violão desafinado. Mas que entoava a melodia mais melodicamente bela composta nos arautos de montes astecas.
Era diabolicamente orgiástico os movimentos ditirambólicos e compassados do desventurado casal.
Eis que o galho quebrou. Ela na queda engrandeceu-se. Como se inflasse. Coisas do amor. E findou sobre ele. Era homem. Mulher. Rosas. Amoras. E viola. Tudo esmagado. Numa pasta que cheirava ora a leite queimado, ora a perfume francês.