Borboletas

Fiz das travessas, guias... Um prato cheio de salivas.
Fiz do estômago, linhas, que prendem borboletas que saltitam... Minhas.
Ah! A poesia é criança, enquanto afasto os móveis e imóveis para a dança.
Brinco nas páginas das minhas mãos, enquanto os alpendres dão cria.
Se voltar, dá muito trabalho colocar todos os pontos nos "is"... melhor deixá-los como estão... Manias.
Minhas pequenas borboletas se criam...Dão a volta...Meio-termo... Melodias... Meio-dias.
Num só fôlego... Dias e dias...Muitas marias...Meias-taças... espelhos e golpes... Quebrados os planos...Modelos e crenças... Volúpias e grilos... Suportes e suportas...Portas que se abrem e se trancam... Moldes e recortes... Firulas me cansam... e agonias... Saudades e empurrões... Passos? repasso-os... Medidas são linhas...Arranco as roupas, as fitas... Chega de fazer fitas!...Sem ar, recomeço...sem brilho, o convexo... Se tinhas, não mais tinhas... Se queres, terias a metade... Se gosto, mantenho o caminho... Se perdes, escondo a minha voz...
Ah!... Soluços não acabam com metade de goles...
Da metamorfose, se vive de borboletas e não dos casulos vazios.


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