Cárcere

Como podes entregar teu corpo ao castigo dos homens?

Tanta crueldade, não respeitas o teu templo.

A indignação me vem a cada dia

que não percebes os melindres do poder.

Não respeitas essa boca beijada na infância

Nem tão pouco esse rosto

que se perdeu na solidão da amargura.

Irmão, o cárcere é o castigo da alma

e o aprisionamento do ser.

No cárcere, o sol e a noite tem o mesmo valor,

o tempo é um só.

Chega de dor.

O teu corpo não aguenta mais.

A tua carne treme diante da estúpida insensatez humana.

Irmão, estás à deriva num rio de águas turvas.

Levanta-te e segue a luz da racionalidade.

Perdoa os arrogantes e os hipócritas.

A estrada da vida nos permite errar.

Teu corpo não aguenta mais.

Trocaste a chibata pelo aprisionamento da alma.

Procure voar...

Alexandre Danel
Enviado por Alexandre Danel em 17/10/2012
Reeditado em 18/10/2012
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