Cárcere
Como podes entregar teu corpo ao castigo dos homens?
Tanta crueldade, não respeitas o teu templo.
A indignação me vem a cada dia
que não percebes os melindres do poder.
Não respeitas essa boca beijada na infância
Nem tão pouco esse rosto
que se perdeu na solidão da amargura.
Irmão, o cárcere é o castigo da alma
e o aprisionamento do ser.
No cárcere, o sol e a noite tem o mesmo valor,
o tempo é um só.
Chega de dor.
O teu corpo não aguenta mais.
A tua carne treme diante da estúpida insensatez humana.
Irmão, estás à deriva num rio de águas turvas.
Levanta-te e segue a luz da racionalidade.
Perdoa os arrogantes e os hipócritas.
A estrada da vida nos permite errar.
Teu corpo não aguenta mais.
Trocaste a chibata pelo aprisionamento da alma.
Procure voar...