NA SOLEIRA DE MINHA JANELA
Da janela do meu quarto,
Vejo um mundo voar...
Em forma de pássaros,
Em algazarras a cantar...
E dos rasantes das andorinhas,
Dos sons das gaivotas...
Em relances de segundos
Também me ponho a voar...
Se tivesse eu, asas,
E o céu pudesse alcançar...
Talvez aproveitasse mais o tempo
Para lá do alto cortejar,
Cada alvorada,
Que a vida me dá...
Nas asas de minha janela
Vôo em pensamentos
Mesmo sem sair do lugar...
Talvez seja esse,
Mais um dos mistérios
Da vida...
Que condenam os homens
A fixar-se em suas janelas
Na segurança de seus horizontes...
Sustentando em seus devaneios
O desempenho constante...
Confinando tantas vidas
Na soleira de uma janela.