[Margens da Solidão]
A vida é um contemplar de margens distantes. Sabedor de que, para o Homem, só as relações contam, busco a intersubjetivdade, tento lançar uma ponte sobre a escureza do rio de vida que me separa da solidão do outro.
O paradoxo é que, nessa busca, permaneço sempre plantado em minha própria margem; e a margem onde o outro permanece a me contemplar é sempre inalcançável.
Mas o que torna mesmo instransponível esse rio misterioso é o fato de que por ele navegam as presunções de cada um — eu de cá, o outro de lá somos agudamente críticos um do outro!
A conclusão, se existe, não importa, pois as águas levam todas as razões...
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Revisitado no: Desterro, 14 de outubro de 2012]