Saudades...

A distância é um mal benfazejo, paradoxal... mas, viável, este pensar. Estou neste exato momento sentindo: Saudades...

Repleta de verdades

Esta dor que se agiganta

Livre, suprema, voraz,

Roendo a alma a distância.

Tempos em que estivemos juntos no aconchego das horas, alegres horas, em que como convidada, participei das festas natalinas, doces festas, regadas a suco de uva, vinho tinto... Santa Felicidade... queijo, salame, massas, mas... o deleite maior é sentir na boca, o sabor da cuca, aquela, que a vi montar com nozes muitas nozes no recheio... sabor inesquecível de amor. Ah! Como é gostoso comer o amor, feito assim em pedaços açucarados... pela mãos de quem viveu para compartilhá-lo. Saudades...

Sagu no vinho tinto

Sabor da tradição gaúcha

Adocica o céu da boca...

Transporta-nos ao labirinto,

Interminável...

Saudade!

Alface, cebolinha, cheiro verde, rúcula... a horta da saudade, vez ou outra é regada com água, açúcar e sal... esse trio se torna uníssono, um bem que, escorre pelo rosto, ao sentir na alma a ausência, de quem queremos bem... Feira dos colonos, dulcificada pelos produtos da terra. Abençoada terra. Vamos cevar o mate numa bela cuia, colocar e acomodar a erva, derramar com vagareza a água morna, e, agora, neste limiar entre o sonho e a realidade em que me encontro, sentar com vocês, ao redor da mesa grande da cozinha, sorver com calma, uma gota de chimarrão, diluída nas lágrimas da saudade.

## Derramo meus sentimentos mais valorosos no coração de quem aprendi a amar na bela cidade de Erechim no Rio Grande do Sul: Catarina e Valderez fica aqui uma pensar do meu poeta favorito "O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..." - Mário Quintana