A PALAVRA



A palavra, essa falada
Ou calada entre os lábios...
A palavra, grafada
No momento em que fere o papel de tinta e pensamento...
Ela é efêmera se lançada ao vento,
Mas tem tanto poder
Quando penetra a estrutura de nosso sentido e atinge o coração...
Quem pode suplantar o seu poder?
Quem pode resistir aos seus açoites, quando elas querem ferir?
Quem pode ser insensível, quando elas querem seduzir e encantar?
"Ai palavras, ai palavras, que estranho poder o vosso!"...
É ferro e arma nos lábios do tirano,
É magia nas mãos dos poetas,
É aprendizagem e mundo aos analfabetos,
É possibilidade na criação do artista,
"É lâmpada para os pés e luz para o caminho"
É pedra quebrando vidraça,
É o fogo e também a fumaça,
É tempestade, é tsunami, é furação Irene, La niña...
É nuvem e cimento para a construção de castelos de sonhos...
Com as palavras invento versos,
Com as palavras canto a vida, e a efemeridade da flor
Com as palavras, choro meus dias, canto meu (des)amor...
Delas, as palavras, eu me visto e me desnudo, sem pudor
Com as palavras, sim, com as palavras, eu faço amor
E gozo o prazer da poesia, nas entrelinhas de meus versos...



Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 14/10/2012
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 14/10/2012
Reeditado em 14/10/2012
Código do texto: T3932104
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