Queixa do final de semana

E há a maldita obrigatoriedade do fim de semana. Eu estou muito incomodado com fatos ocorrentes não só no dia de hoje, mas nos anteriores também. Eu queria um colega ou conhecido para conversar imediatamente! Não pra chorar pitanga alguma, mas para expor o que considero uma triste realidade e ouvir uma opinião de alguém que tem um pensamento condizente ou a discordância de quem vive montado num pônei. Preciso FALAR, não apenas digitar como faço aqui e agora, ou como faria com um amigo de página. Bons eram os extintos “bichinhos virtuais”, que só queriam extorquí-lo, mesmo assim, através apenas da compra infindável de baterias, dando em troca, sempre, uma evolução. Não é bem o caso dos bichinhos virtuais com os quais lido hoje; quanto mais ração lhes é dada, mais insistem em se manter estáticos.

Mas já ia me esquecendo do final de semana, isso talvez porquê ainda não é sexta-feira e, então, inconscientemente, não me sinta apto ou no direito de citar esse esplêndido evento ainda. Acho(inicio desta forma, pois, em caso de arrependimento ou covardia, essa única palavra me permite voltar atrás em tudo que for por mim expresso daqui para frente) que a culpa do robotismo social é, grande parte, dele. Vejamos que estou irritado e inconformado com os acontecimentos, sobretudo, do hoje. Pois bem, eu quero ver alguém ainda hoje, mas isso não é possível –não sem ser também incômodo-, pois não é fim de semana ou porquê meu motivo pode não ser visto como tão nobre e merecedor desta concessão. Alguns diriam –espere até que ele chegue, oras! Isso me impede de relatar com a força, sinceridade e ênfase, genuínos desta minha revolta, os fatos e o próprio sentimento. Além do mais, há tantas ocupações para o fim de semana. Na verdade, minto! Não são mais que duas as opções ao se deparar com a(s) data(s)-mesmo que estas duas englobem muita coisa, são duas; uma expressando contentamento e o gozo pela vida, e a outra jogando docemente em sua cara o quão infeliz é você, e quase impondo que é saudável “dar essa chance a ‘si mesmo’” :

1 – É O FIM DE SEMANA! ESQUEÇA TODA E QUALQUER PREOCUPAÇÃO. NÃO FALE DE NADA QUE TE FEZ MAL DURANTE OS DIAS QUE SE PASSARAM. SUA ÚNICA OBRIGAÇÃO NESTES DIAS É SER EXTREMAMENTE FELIZ!

2- É O FIM DE SEMANA! ESSES DIAS SÃO TÃO RAROS E VOCÊ JÁ FOI TÃO FRACASSADO NOS RESTANTES. É DIA DE COTA! E TODA COTA HÁ QUE SER RESPEITADA; ESTA É A COTA DA FELICIDADE; ENCAIXE-A JÁ EM SUA ROTINA!

Não há mais espaço para minhas queixas e questionamentos. Elas, por si só, tal qual minha memória para os fatos, tendem a enfraquecer naturalmente com o passar dos dias; dificilmente resistiriam a uma longa viagem de ônibus. Se eu não me mantiver no espírito até o momento de iniciar uma conversa, a sensação irá se dissipando até que o faça por completo; com a ditadura do final de semana isso vem com muito mais força. Além do mais, quem sou eu para me lamentar nos dias da celebração à felicidade humana? Isso é inconveniente. E não há cota para a inconveniência nos dias da felicidade.

Mácio Miranda
Enviado por Mácio Miranda em 12/10/2012
Reeditado em 12/10/2012
Código do texto: T3929444
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