"HABEAS ANIMAS"

Fui vítima de um motim de pensamentos desencontrados. Destruíram algumas celas e incendiaram grades de soledade.

Encurralada na conflagração íntima, não consegui mais mascar as palavras e maquiar a fala para me realizar entre a moral e a paixão.

Como inflamar as verdades? Assumir a autoria das inúmeras possibilidades e desacreditar o substantivo comum?

Não existem flexões para o silêncio. No caos tudo se conjuga em raiva e medo. Um grito talvez... Mas a raiva nem sempre é a combustão do grito.

Com os lábios entreabertos, busquei asilo na família das labiadas. Remoí alecrim e basílico para prevenir a corrupção verbal e não engolir a raiva.

Exclamei centelhas!