Vai chegar o dia
Em que a poesia vai se calar
E o olhar vai cansar de tanto ver,
Que todas as esperanças vão morrer.
Tudo o que vai restar vai ser te amar
A única coisa que eu ainda sei fazer...

Distâncias e silêncios,
Vazios e escuridão,
As portas abertas
Da gaiola, da jaula, da cela.
A imensidão,
As asas abertas,
Imaginação e sonhos
E algumas querências
Impressões incertas
De simples aparências
Tardias descobertas
De perdidas essências.


A vontade de um voo
Num voo da vontade,
O asco deste enjôo
A dor da verdade,
Um verso que destôo
De poesia e realidade,
Palavras que não perdôo,
Só as que não foram ditas.

Voltar e ficar, nunca mais partir...

Os braços abertos,
Os passos incertos,
Os sonhos despertos,
Os segredos descobertos
De morte e de vida,
Tudo num só instante
Porque a vida não tem depois
E a vida nunca teve um antes,
É feita de um prazer aleatório
E marcada de uma dor constante,
Que cessa ante a palavra proferida
De um lirismo assim tão gritante
De uma poesia assim descabida
De um amor assim triunfante...

Vai chegar a hora
De por tudo para fora:
Os mesmos desejos de agora,
Os esquecimentos de outrora,
Vai passar da hora
De ficar para sempre,
Por nada mais ir embora
E de te amar eternamente,
Como se tudo eternamente
Fosse tudo no absurdo agora
A durar assim para sempre...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 10/10/2012
Reeditado em 03/05/2021
Código do texto: T3925584
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