Se não mata, cria,
Sangria, a que jorra,
A que bebe, serve
A palavra que esborra,
A que serve esta verve?
Preserve força prá desforra,
O ódio incontido conserve
Longe do peito e ame,
Senão a alma ferve...
Tira as mãos de mim!
Tu és imundo, mundo
E eu estou em ti,
Mas não sou teu.
Desagarra, desamarra,
Desgarra da manada,
Desmama, desarma
A desalmada vontade
E ama de vez a vida
Que a vida é nada...
A noite é fria,
Como o dia que a ela corre.
E a madrugada vazia,
Como outra hora que morre.
Melancolia...
O que me angustia é este porre,
A eternidade que me entedia.
Só a morte é que me socorre,
Nobre, me pede, não me leva,
E me impede de ser eterno
Enquanto a vida escorre...
Existirmos,
Sentirmos,
Amarmos...
A que se deve?
Para que serve?
Talvez para o dia se fazer noite,
Para a madrugada se fazer manhã
E entardecer, depois anoitecer.
Talvez só para esquecer que viver
É viver somente o que se esquece,
Enquanto as horas se fazem meticulosas
Nas absurdas artimanhas do tempo.
E se acumulam eternas
E morrem completas,
Silenciosas... e misteriosas!
Enquanto as palavras boquirrotas me escapam
de alguma alma que talvez haver possa
E, incólumes, ainda passeiam soltas...
Sangria, a que jorra,
A que bebe, serve
A palavra que esborra,
A que serve esta verve?
Preserve força prá desforra,
O ódio incontido conserve
Longe do peito e ame,
Senão a alma ferve...
Tira as mãos de mim!
Tu és imundo, mundo
E eu estou em ti,
Mas não sou teu.
Desagarra, desamarra,
Desgarra da manada,
Desmama, desarma
A desalmada vontade
E ama de vez a vida
Que a vida é nada...
A noite é fria,
Como o dia que a ela corre.
E a madrugada vazia,
Como outra hora que morre.
Melancolia...
O que me angustia é este porre,
A eternidade que me entedia.
Só a morte é que me socorre,
Nobre, me pede, não me leva,
E me impede de ser eterno
Enquanto a vida escorre...
Existirmos,
Sentirmos,
Amarmos...
A que se deve?
Para que serve?
Talvez para o dia se fazer noite,
Para a madrugada se fazer manhã
E entardecer, depois anoitecer.
Talvez só para esquecer que viver
É viver somente o que se esquece,
Enquanto as horas se fazem meticulosas
Nas absurdas artimanhas do tempo.
E se acumulam eternas
E morrem completas,
Silenciosas... e misteriosas!
Enquanto as palavras boquirrotas me escapam
de alguma alma que talvez haver possa
E, incólumes, ainda passeiam soltas...