REVERBERAR DEMÔNIOS
Acordei os demônios. Abri os olhos assustada e logo percebi suas presenças. Raiva. Um sentimento de desarmonia, de dor, como se tivesse alcançado o apogeu da agonia insone com um simples despertar matutino. Sem breus para encarcerar esquecimentos...
Abri os olhos! Eis uma metáfora perigosa: enxergar além do esquecimento, resgatar dores e reatar nós imperfeitos. Despertar e cair no meu alçapão com o grito encarcerado entre os dentes comprimidos. A raiva coagida que reverbera os próprios demônios.
Acordei sem possibilidade de reconciliação. Devo purgar a culpa das minhas obscuridades condenada por uma representação inconsciente da qual não me recordo. "Habeas animas"? Quem sabe num próximo sonho?