Cega de desamor,
encontrava apenas braços cruzados.
De tanto dizer que não me querias,
finalmente desisti e fugi assustada.
Quando chove até que eu suspiro
e deliro nos lençois amassados,
embora os apelos soem em falso.
Fiquei amarga, amigo do passado,
vivo exilada em minha barricada.
Concluo no pecado solitário:
não sirvo para adoçar apenas metade
ou andar metada de estrada.
Nunca mais é a ponte que nos separa,
procuro não ouvir o lamento no telhado.