Cega de desamor, 

encontrava apenas braços cruzados.
De tanto dizer que não me querias,
finalmente desisti e fugi assustada.
Quando chove até que eu suspiro

e deliro nos lençois amassados,

embora os apelos soem em falso.

Fiquei amarga, amigo do passado,

vivo exilada em minha barricada.
Concluo no pecado solitário:
não sirvo para adoçar apenas metade
ou andar metada de estrada.

Nunca mais é a ponte que nos separa,

procuro não ouvir o lamento no telhado.




Railda
Enviado por Railda em 06/10/2012
Reeditado em 27/03/2016
Código do texto: T3919732
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