A nós que escrevemos,
coube o direito de apenas sonhar,
como o amor seria,
sem esperanças de concretizá-lo.
Karma que carregamos por séculos
com a mão engessada.
Nosso corpo caminha oposto,
pois a alma divaga nos livros!
Somos a essência,
exalamos o êxtase e bebemos apenas,
goles de desejo proibido,
numa embriaguez de espuma poética.
Escrevemos para quem não nos entende,
mas muitos outros poetas se inspiram.
Assistimos nosso próprio enterro,
em cada página velada,
enquanto o “ele-lírico”,
aspira o perfume de outros frascos,
gotejados em outros livros.
Somos coadjuvantes de histórias,
na qual não recebemos aplausos ou
muitas vezes nem fomos conclamados.
Cruz que só vai se tornar amena,
se Deus quiser,
com os olhos fechados.