UM NOVO DIA
Nada mais posso que me cativa
prisioneiro indefeso dessa sina
em mim aferrada,
feito outrora cativos da senzala,
Rogo mais que mais posso rogar,
esperar cada dia libertas,
ó senhora poderosa e bravia guerreira,
eu desse cativeiro que se chama saudade
Que vencida seja a noite insone dominante,
que cada raio de sol invada o mais tímido
e oculto canto,
e que o canto advindo de revoada de pardais,
sacie a louca vontade de gritar
e anunciar as boas novas
Que possam tremer, sob o marchar dos meus irmãos,
todos aqueles que por séculos e séculos,
encastelados e adeptos às artimanhas traidoras,
possam eles tremer sob o novo dia
E quando já tomadas as ruas e praças,
como se fosse um dia de festa,
nada e ninguém ousará opor-se ao que verá
E em memória aos que antes de nós lutaram,
dediquemo-los o canto universal que nos orgulha
E assim, num coro jamais imaginado,
a Internacional ressoará por todos os cantos
e o sol será mais brilhante