MENINO DE RUA

MENINO DE RUA

CORRES DE UM CANTO A OUTRO DA RUA,

DESFRUTANDO DA LIBERDADE QUE TE IMPUSERAM.

VIVES LIVREMENTE,

REGADO A SOFRIMENTOS INFINDOS,

A DORES INCALCULÁVEIS

QUE NÃO PODES EVITAR.

ÉS DOCE,

MEIGA CRIANÇA,

A MENDIGAR UM PEDAÇO DE PÃO.

SOFRES,

AO OLHAR DE CADA TRANSEUNTE.

PASSAM TODOS E TE REPUGNAM

COMO SE FOSSES UM OBJETO

ESTRANHO A COMUNIDADE.

SOMOS IRMÃOS,

CONFORME A LEI DIVINA,

MAS,

TODOS TE CHAMAM PELO PSEUDONOMIO

DE TROMBADINHA.

OLHO PARA TI,

VEJO A INGENUIDADE

DOS TEUS DEZ ANOS,

A CONTRIBUIR COM A BELEZURA

QUE É SER CRIANÇA.

AH! BELO INFANTE,

SE PUDESSES EXPRIMIR COM PALAVRAS

TODA A INDIGNAÇÃO COM A CONVIVÊNCIA

QUE TE IMPUSERAM.

O QUE SERIA DE NÓS

SE PUDÉSSEMOS VIVENCIAR

UM DIA AO TEU LADO ?

TALVEZ NÃO SEGURARÍAMOS AS LÁGRIMAS

QUE CERTAMENTE DESCERIA EM NOSSA FACE.

TALVEZ NÃO APRENDERÍAMOS

OS MAIS INCRÍVEIS GOLPES

QUE CONSEGUES DAR.

TALVEZ NÃO TERÍAMOS

A AGILIDADE DE RACIOCÍNIO

QUE O DESTACA DOS OUTROS.

SIM,

MENINO HOMEM,

TALVEZ NÃO TERÍAMOS O CORAÇÃO GELADO

DA MAIORIA DE NOSSA SOCIEDADE.

SEGUE CRIANÇA,

LUTA PELO TEU ESPAÇO.

OCUPA O REDUTO NECESSÁRIO

PARA TEU ENGRANDECIMENTO PESSOAL,

PARA QUE NUM FUTURO PRÓXIMO,

POSSAMOS HOMENAGEÁ-LO

NOS PALCOS DESTA VIDA.

Maurice Astaire

Pepe Mauricio
Enviado por Pepe Mauricio em 04/10/2012
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