Outono para sempre
São folhas secas que caem no chão. São folhas secas que enfeitam meu outono. Quem é essa que desfila por sobre esse tapete, soberana sobre seu próprio outono?
Olho para o céu e peço a graça que não mereço sobre a desgraça que me acometeu.
Pergunto às estrelas as respostas que sei e que não quero ouvir.
Que crime cometo se tento fazer aquilo para o qual eu nasci? Que pecado é esse de existir tanto?
Eu tinha um jardim e o deixei morrer. Eu tinha u amor e o deixei partir.
Eu tinha um coração e onde ele está?
Piso sobre o meu outono. O vento balança meus cabelos. As folhas voam em minha direção desculpando-se do vento.
E eu deveria desculpar-me de vida?
Caminho sozinha pelo outono em minha vida.
Vivo o outono a caminhar sozinha.
E um intenso adeus se faz no pôr-do-sol do meu outono. Sem que eu mereça um pôr-do-sol. Sem que eu mereça um outono. Sem que eu mereça à Deus... adeus.