Outono para sempre

São folhas secas que caem no chão. São folhas secas que enfeitam meu outono. Quem é essa que desfila por sobre esse tapete, soberana sobre seu próprio outono?

Olho para o céu e peço a graça que não mereço sobre a desgraça que me acometeu.

Pergunto às estrelas as respostas que sei e que não quero ouvir.

Que crime cometo se tento fazer aquilo para o qual eu nasci? Que pecado é esse de existir tanto?

Eu tinha um jardim e o deixei morrer. Eu tinha u amor e o deixei partir.

Eu tinha um coração e onde ele está?

Piso sobre o meu outono. O vento balança meus cabelos. As folhas voam em minha direção desculpando-se do vento.

E eu deveria desculpar-me de vida?

Caminho sozinha pelo outono em minha vida.

Vivo o outono a caminhar sozinha.

E um intenso adeus se faz no pôr-do-sol do meu outono. Sem que eu mereça um pôr-do-sol. Sem que eu mereça um outono. Sem que eu mereça à Deus... adeus.

Giana Moscaleski
Enviado por Giana Moscaleski em 04/10/2012
Código do texto: T3914974
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