A corda
 
Anda!
Apressa,

Arruma teu rumo que a corda já vem.
A corda te acorda, apruma a agonia,

Acorda, que a corda é magia.
 


Anda que a corda vem vindo,
Acorda teu sono e vem.
Acorda que é dia de ir para a corda,
De cedo pular, da rede saltar, puxar água, banhar!

Café forte tomar, na força e no grito, a corda puxar!

 

Anda,
Apressa teu passo, a corda é embaraço,
Anda, caminha!
Segura na corda, com força, com fé, que ela te salva,

A alma te lava, acorda para a corda!

 
Corre, segue, caminha,
Chora de dor, de emoção,
Queima teu pé, tua mão,
Melhora teu só coração!
Anda descalço, avança,
Caminha, pisa e leva pisada,
Une no outro suor sentido, partilhado.

Tem força, tem fé que tu chega irmão!


 

Acorda,
Acorda então menino!
Corre,
A corda chegou meu irmão!
Pega teu rumo e ruma, vai peregrino!

Paga promessa, paga prece, paga reza,
A corda é tua salvação!
 

Anda, sangra nas mãos, nos pés, inchados, pesados,
Grita e sacode do corpo o cansar!
Anda se forte e contrito!
Carrega e expurga este mal, põe fora a dor no caminhar!
Anda,
Vai,

A corda conduz, converge,coloca a fé no lugar!

 

A corda é da virgem a extensão,
É promessa, é humilde homenagear,
A corda leva e ampara,
Puxa o Círio, faz a multidão andar!
A corda é o remo do barco,

No rio caloroso de humanos,
Rumo à virgem num só navegar!

 

Por isso, não pensa,
Afasta a preguiça, o sono de agora,
A fome, a sede, a dor, o calor de depois,
E segue na corda o teu caminhar!
A corda, que a corda anseia pelo teu segurar!

Vai peregrino,
Vai promesseiro,

Segue romeiro no teu caminhar,
Caminha na promessa, no agraciar!

 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      
                                                           
                                                                                                   
               
Corda - Elucidário
             
    
            

   A Corda Hoje - A corda puxada pelos promesseiros é um dos maiores ícones da grande procissão do Círio e, também, da Trasladação. Hoje, ela mede  800 metros de comprimento,pesando cerca de 1.250 Kg,duas polegadas de diâmetro e é produzida em titan torcido de sisal oleado. Seus 800 metros serão divididos em dois pedaços menores, cada um com 400 metros. Um deles será usado na Transladação, quando a imagem é levada até a Igreja da Sé, no bairro da Cidade Velha, de onde partirá para a grande romaria do domingo, e a outra metade será utilizada no Círio.

   Enfileirados, homens e mulheres puxam a corda que faz a berlinda com a imagem da Santa se movimentar. Anteriormente amarrada à berlinda, a partir de 1999 ela passou a ser atrelada através de uma argola metálica. O atrelamento ocorre no Boulervard Castilhos França, 400 metros depois do início da procissão.

   Como são os promesseiros da corda que dão ritmo à procissão, em alguns anos ela precisou ser desatrelada antes do término da romaria para que o Círio pudesse seguir mais rapidamente.

   Até 2003, o formato da corda era de “U”, ou seja, as duas extremidades da corda eram atreladas à berlinda. A partir de 2004, por motivos de segurança, ganhou formato linear, seccionada por peças de duralumínio, o que deu origem às chamadas estações da corda.

   História da Corda - Durante a procissão de 1855, quando a berlinda ficou atolada por conta de uma grande chuva, a Diretoria da Festa teve a idéia de arranjar uma grande corda, emprestada às pressas de um comerciante, para que os fiéis puxassem a berlinda. A partir daí, os organizadores do Círio começaram a se prevenir, levando sempre uma corda durante a romaria. Mas só no ano de 1885, a corda foi oficializada no Círio, substituindo definitivamente os animais que puxavam a berlinda.

   No Círio de 1926, o arcebispo Dom Irineu Jofilly suprimiu a corda do Círio, já que “não compreendia o comportamento na corda, onde homens e mulheres se empurravam em atitudes nada devotas”. A proibição gerou várias manifestações populares e políticas, mas chegou a durar cinco anos. Só em 1931, com intervenção pessoal de Magalhães Barata, então governador do Estado, a corda voltou a fazer parte do Círio.



# Texto contido no portal do Círio, link a seguir.


www.ciriodenazare.com.br/











Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 03/10/2012
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