Chove...
Hoje tem festa no céu, pois ouço o rufar dos trovões e os relâmpagos em eco estridente.
Chove...
O céu desafoga as lágrimas e quando pisa no solo,
lava e fecunda o que parecia sem broto.
Até parece que chove diferente para cada tipo de gente!
Para alguns,
ela passa indiferente e é apenas água que cai!
Para outros,
ela é ótimo motivo para ficar acasalado num abraço.
Todavia, ela é a mesma chuva chuvada de ontem e de outros séculos.
Chove...
Aquela mesma água,
que ficou guardada no chuveiro e que lavou o desejo.
Se hoje chove, é apenas para eu fazer dedilhar ao cravo este lamento.
Fico imaginando como seria bom,
se eu me afogasse nesta poça de tormento...
Chove torrencialmente...
Ao fundo,
o som de um violino se esvaindo em saudades,
de nossos corpos ardentes.
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