Vibras com o teu verbo no tempo?
Da placenta emocional ele nasce
Impactado pelo outro chora, celebra e sorrir
Na devolutiva do mundo, insatisfeito, aprende a amar
gostar e desgostar
E nesse intervalo...
Entre as cascas do corpo arborescente
Aborrecido sente e ressente!
Cresce e renasce...
Amanhece no mar!
Agora oceânico...
O corpo-anfíbio contrai as ventosas do tempo
Atravessado pelo desejo penetra nas ostras
E na sementeira da mente...
Inspira, o humúnculo, o pensar da pérola...
Que nutrida pelo ar do (des) amor, expira do fundo:
A estética do adeus é uma concha deitada no mar... ah, esses vazios salgados da paixão!
Ao abrir os olhos a larva espreguiça e lacrimeja
Desnuda, desidratada, desdentada
Da boca explodem estrelas!
E o que mais?
Uma concha de leite
Uma colher de areia
Uma porção de pedra
Um copo de espasmo
Um espinho de cacto...
Eclode, no teu inesperado!
Uma onda que vem e te colhe os passos
Um caminho de céu para as asas do teu verbo...
O corpo-atemporal segura as coordenadas na ponta dos dedos
Estica o fio do desafio entre os dentes da noite...
É o onirismo acordando o desejo, gestando a ideia
Onde o significado do signo é roubado.
Caracteres de um caminho descoberto...
Em curioso campo minado!